E essa inquietude não me deixa
Na sua bagunda cotidiana
Em minha vida, debruça e deita
Adia, espera e o tempo apanha.
A perfeição que me castíga
Por inatingivél se manter
Porque deixar de fazer agora
Do mês passado, o afazer.
-Enquadra-te coisa-agunia
Deixai-se perder para o tempo
Provai da tua sangría
E do seu próprio veneno.
Esqueca-te de se lembrar
O que para fazer depois
Eu vou te trancar numa caixa
E empratileirar-lhe depois.
-Ficai bem quietinho num canto,
no canto que eu te deixar,
que eu já arrumei a casa,
-meu hábito de protelar!
D'u Carvalho.